sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

A temática da chucha

A M. já tem três anos. Aqui há uns tempos, estivemos em casa de uma amiga a lanchar e ela resolveu atirar a chucha pela varanda... Pensei: "Tenho de aproveitar esta oportunidade". Em primeira instância, ela tinha de compreender que aquilo que fez tem consequências e depois já estava na altura de fazer o desmame da chucha. Nessa noite, quando chegámos a casa e a fui deitar, ela pediu-me a chucha. Eu perguntei-lhe se ela se lembrava o que tinha acontecido à chucha. Disse-me que sim, que tinha caído da casa da C. E depois disse-me para eu lhe ir buscar outra chucha (sempre teve muitas, para ir alternando, dentro de uma caixa no armário da cozinha). Eu menti-lhe! Não gosto nada de o fazer, mas teve de ser. Disse-lhe que não havia mais chuchas, que aquela que tinha caído era a última... Ela aceitou, embora reticente... Acabou por adormecer, sem chucha e sem stress também. Pensei: "Bom, a coisa afinal vai correr melhor do que estava à espera." Porém, na noite seguinte já não foi tão pacífico! A M. nunca gostou especialmente de chucha. Em bebé nem sempre precisava dela e existia por "descargo de consciência". Nunca gostou até eu engravidar, sensivelmente. A partir dessa altura, ela passou a estar mais dependente da chucha. E nós a querermos que ela estivesse cada vez menos dependente dela. Então, na noite seguinte começou a querer fazer birra para dormir, coisa que até então nunca tinha acontecido. Ela sempre gostou MUITO de dormir, sempre dormiu muito e, melhor do que tudo, ela sempre foi para a cama sozinha e muitas vezes por iniciativa dela. Nessa noite não cedi. Expliquei-lhe que ela tinha deixado cair a chucha e que já não havia mais, mas que também não fazia mal porque ela estava a ficar mais crescida. Lá a consegui acalmar, depois de 3 ou 4 histórias lidas e adormeceu. A situação foi-se complicando com o passar da semana. Na 5ª feira já não aguentei mais aquele sofrimento em que ela ficava quando lhe dizia que tinha de ir dormir. Chorava, ficava completamente alterada, histérica, mesmo desequilibrada. Perguntei-lhe, com o coração nas mãos, se ela queria uma chucha do irmão. Respondeu prontamente com um brilho nos olhos e uma tranquilidade imediata que sim. Assim fiz. Fui buscar uma chucha do T. e dei-lha. Acalmou instantaneamente e adormeceu. No dia seguinte decidimos que tínhamos de recuar, tínhamos de ceder... Ela não podia ficar naquele desespero todas as noites. Talvez não estivesse preparada. Talvez precisasse de mais um tempo. Então, nessa noite o pai disse-lhe que tinha encontrado uma chucha dela, que estava perdida. Não voltámos a insistir. Uns dias mais tarde fomos à consulta com a pediatra. Contámos-lhe o sucedido e ela prontamente nos disse que a M. não estava preparada ainda. Normalmente é por volta dos três anos que se começa esse desmame, porém com ela poderia demorar um pouco mais, já que ela vê o irmão diariamente com a chucha e isso dificulta o processo. Disse-nos também que não ficássemos preocupados e que não forçássemos. "Com ela as coisas têm sido fáceis, não vamos estragar tudo - ela tirou a fralda de dia e de noite muito depressa, sem acidentes; ela foi para a creche tranquilamente; ela aceitou muito bem o nascimento do irmão; come sozinha; é extremamente independente... Temos de lhe dar o tempo dela, a chucha é neste momento a única coisa que a liga a ser bebé, dêem-lhe tempo...", disse-nos a pediatra. E foi quando descansei. Entretanto, uns dias antes de fazer os 3 anos, a M. resolveu largar a chucha dentro da caixa do correio de um dos vizinhos dos avós J. e A. O problema é que esse vizinho não mora ali e nunca vai à caixa do correio. Pensei em aproveitar novamente a situação. Não começou nada bem e tive medo que ela regredisse outra vez. Tive medo que ela se desequilibrasse outra vez. Não valia a pena. Dei-lhe uma chucha do irmão, já que umas semanas antes tinha deitado fora todas as chuchas dela, para que só tivesse mesmo a que estava em uso. Voltei a tentar que ela tirasse a chucha quando fez 3 anos. Disse-lhe que era uma menina crescida e que já não precisava dela, que a chucha era só para os bebés! Não correu bem! Aparentemente esta minha bebé não quer ser crescida, quer continuar menininha, bebé... Agora perguntei-lhe se queria dar a chucha ao Pai Natal, para ele lhe dar um presente. Disse-me logo que sim, e de vez em quando fala no assunto. Sei que não é esta a melhor forma de resolver esta questão, mas não gosto de a ver de chucha. Já está crescida, já não é bebé... e pode deformar-lhe os dentes. Esgotei as minhas ideias para a levar a largar a chucha tranquilamente. Espero que desta vez consigamos ultrapassar esta barreira! Vamos ver se o Pai Natal ajuda...

2 comentários:

  1. Como é dramática esta questão da chucha! Também conheci uma menina que passou por isso, mas um dia a dita caiu da varanda... e não havia mais nenhuma. E acabou-se. A única coisa importante a garantir é que não haja "sofrimento".

    ResponderEliminar
  2. A princesinha largará a chucha com tranquilidade. Ela ainda é uma bebé. Calma!

    ResponderEliminar