terça-feira, 13 de outubro de 2015

As heranças... e não as de castelos!!

Tenho andado ausente...
Desculpem-me. Estou a digerir. A tentar não me culpabilizar. É inevitável. Não tenho culpa nenhuma mas não consigo deixar de pensar que é por minha causa que ele está assim. Herdou de mim. E isso atormenta-me. Porque lhe podia deixar de herança um castelo, uma conta bancária recheada, um iate no Mónaco... Sei lá...
Mas não. Quis a vida que ele herdasse a asma. Essa desgraçada. Sim, também vai herdar os valores e todas as coisas boas que me encarregarei de lhe ensinar, de partilhar com ele, de lhe dar. Dar-lhe-ei tudo o que eu sou e sei que ele (e a irmã) serão inevitavelmente o meu espelho. E sei-o porque é o que acontece com todos nós. Eu sou o espelho dos meus pais. Para o bom e para o mau. Eles são os espelhos dos pais deles. E isso assusta-me. Quero um dia orgulhar-me dos meus filhos e daquilo que lhes ensinei e que os ajudei a serem. Hoje já chorei. Chorei de orgulho de um filho que não é meu mas que é o espelho de uma pessoa muito importante na minha vida. E quero aprender com ela a fazer dos meus filhos o meu orgulho (eles já o são, mas hoje senti o que é orgulharmo-nos de um filho criado, homem feito e Homem, em toda a sua essência). 
Voltando à herança do T.: Na noite de 5ª feira, ele acordou a chorar. Assim que fui ter com ele percebi o que se passava - é o que dá 27 anos disto... Disse logo ao N. que tínhamos de ir para o hospital porque o T. estava com falta de ar. E assim foi. Poupo-vos aos pormenores dizendo apenas que o meu ouvido treinado e a experiência na primeira pessoa de ataques de asma e coisas semelhantes foram importantes.
Chegados às urgências, e depois de avaliada a situação fez os aerossóis e passadas 2 horas já estava mais controlado. Saímos de lá com um diagnóstico que não me pareceu nada normal. Mas não sou médica. E dei o benefício da dúvida! Mas o instinto de mãe não falha e não fiquei descansada. Vim a descobrir que a medicação que a médica nas urgências já eu a tinha tomado há anos atrás, em situação de SOS em pleno ataque de asma. Mas não, a médica disse-me que era uma "simples laringite".
Confesso que não fiquei nada convencida com o diagnóstico e atendendo a que a tosse se manteve, ontem decidi levá-lo à pediatra, em quem confio plenamente. Foi o melhor que fiz. Mandou suspender as gotas (e usar em SOS em situações futuras) e receitou os aerossóis com Ventilan e Atrovent - nomes que me são, infelizmente, muito familiares. Disse-me que era fácil eu estar atenta porque conhecia os sintomas e que ele até poderia, eventualmente, ter tido uma laringite mas que não era de todo o cenário actual. Bem pelo contrário. Fiquei ainda a saber que o número de gotas estava completamente desadequado (estava a tomar mais do dobro do que devia),
Conclusão: dos problemas respiratórios já não se livra... Veremos o que aí vem. Para já, para o mês que vem mantemos a consulta de alergologia e logo avaliamos.
Prometo que me vou esforçar para lhes deixar heranças mais giras tá?

3 comentários:

  1. Nem precisas de te esforçar. Eles vão herdar tudo de BOM.

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  2. Nem precisas de te esforçar. Eles vão herdar tudo de BOM.

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  3. Claro que vão! Já herdaram muitas coisas do melhor! O que está no meio controla-se! E vais continuar a orgulhar-te deles, muito, sempre, vais ver. Como eu me orgulho do que tu escreves e sentes e és! Todos os dias!

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